Acredita-se ser este o momento para fazer uma reflexão da origem dessa Entidade. Para isso, temos que retroceder no tempo e no espaço para reviver a fase embrionária, os sucessos e insucessos por onde passaram as diretorias anteriores da extinta Associação Profissional dos Farmacêuticos da Paraíba – APFP, que deixaria de existir para dar origem ao atual Sindicato dos Farmacêuticos do Estado da Paraíba - SIFEP.

Tudo começou numa tarde, precisamente, às 15 horas do dia 22 de junho de 1967, no Laboratório Pasteur, situado à Rua Duque de Caxias 540 – 2º andar – Sala 203, onde se reuniram catorze (14) Farmacêuticos sob o comando do anfitrião, o colega Dr. José Ribeiro Farias Sobrinho, com a finalidade específica de fundar uma nova Entidade – a APFP – destinada à defesa dos farmacêuticos que exerçam a sua profissão neste Estado e, visando, igualmente, a colaboração com poderes públicos e demais Entidades de Classe, devendo promover a solidariedade dos profissionais farmacêuticos, tudo em consonância com os altos interesses nacionais, prevendo-se, inclusive, que a Associação após atender as exigências legais seria transformada em Sindicato.

Após ter-se declarada fundada a nova Entidade Profissional Paraibana e aprovado os seus Estatutos, os entendimentos foram encami­nhados para a formação da 1ª Diretoria, que assim foi constituída: Presidente – Dr. Ediláudio Luna de Carvalho; 1º Secretário – Dra. Anamaria Araújo de Carvalho; 2º Secretário – Dra. Rosa de Lourdes Menezes de Albuquerque; 1º Tesoureiro – Dr. José Janduhy Timó­teo Tavares e 2º Tesoureiro – Dr. Laércio de Carvalho. Conselho Fiscal: Dr. José Régis Albuquerque, Dr. José Ribeiro Farias Sobrinho e Dr. Delby Fernandes de Medeiros; Suplen­tes: Dr. Remilson Honorato Pereira, Dr. Wilmar Nunes de Brito e Dr. Aécio de Mello Chacon.

Participaram também da reunião os colegas Dr. Izomil de Lima Correia, Dra. Maria José Chaves e Dr. Severino Martins de Oliveira.

Transcorridos alguns meses daquela memorável da­ta, era chegado inesperadamente o tempo das vacas magras, e com isso, total descrédito na Associação e nos seus dirigentes. Desta forma caiu por terra tudo o que aquela diretoria havia fomentado em prol à Classe.

O incomensurável hiato para a profissão Farmacêutica permaneceu por sete anos e nove meses quando ás 21 horas do dia 31 de março de 1975, vinte e um (21) farmacêuticos, alguns remanescentes da primeira Assembléia de fundação, reunidos em Assembléia Geral Extraordinária, na sede do Conselho Regional de Farmácia da Pa­raíba e, sob a direção do Farmacêutico Ediláudio Luna de Carvalho resolveram fundar, pela segunda vez, a Associação Profissional dos Farmacêuticos da Paraíba, cujos objetivos foram coincidentes com os formulados anteriormente na primeira fundação. Nessa Assembléia foram eleitos para constituir Diretoria Provisória: Presidente – Dr. Ediláudio Lu­na de Carvalho; 1º Secretário – Dr. Izomil de Lima Correia; 2º Secretário – Dr. Francisco Fernandes de Medeiros; 1º Tesoureiro – Dr. José Janduhy Timóteo Tavares e 2º Tesoureiro – Dr. Heriberto Régis Navarro. Conselho Fiscal: Dr. Remilson Honorato Pereira, Dr. Milton de Oliveira Cavalcanti e Dr. Wilmar Nunes de Brito; Suplentes: Dr. José Afonso de Carvalho Lira, Dra. Maria Edith de Paiva e Souza e Dr. José Antonio de Almeida.

Fizeram-se presentes a essa Assembléia os colegas: Dra. Marizete Pereira de Vasconcelos, Dr. Givaldo Manoel de Oliveira, Dra. Janeide Aranha Trigueiro, Dra. Virgínia de Lourdes Quirino Costa, Dr. Alcemir Antonio Lisboa de Carvalho, Dr. Francisco de Assis Veloso Filho, Dra. Maria José Chaves, Dra. Maria José Gomes de Paiva, Dr. Aristóteles Rodrigues de Medeiros e Dr. Edson de Menezes Caldas.

Durante a gestão, Dr. Ediláudio con­seguiu ampliar o número de associados para oitenta e oito (88) associados; preparou o primeiro anteprojeto do Estatuto do futuro Sindicato; manteve contacto com entidades classistas em diversos estados brasileiros, solicitando subsídios para a elaboração da documentação ne­cessária à transformação da Associação em Sindicato e, adquiriu o Certificado do Registro de Associação Profissional que foi expedido pela Delegacia Regional do Ministério do Trabalho. Contudo, com o passar dos anos começaria novamente o descrédito por parte dos colegas, esfacelando, cada vez mais, o núme­ro de associados e, dificultando, destarte, reunir os 2/3 mínimos de profissionais existentes no Estado, para que se efetivassem as exigências legais contidas no processo de transformação em Sindicato. Na oportunidade a APFP contava apenas com oito (8) associados em condições de votarem e serem votados. Nessas circunstâncias foi convocada para o dia 18 de dezembro de 1977 uma Assembléia Geral Extraordinária com a finalidade precípua de eleger nova Diretoria que, se apresentando com outra mentalidade, favorecesse os seus dirigentes a sensibilizar os demais colegas, atingindo, assim, o número mínimo necessário para essa transformação.

 

manO Presidente do SIFEP, Dr. Haroldo de Figueirêdo Diniz, recebe das mãos do Exmo. Sr. Ministro de Estado do Trabalho, Dr. Murillo Macedo, a CARTA SINDICAL DO SINDICATO DOS FARMACÊUTICOS DO ESTADO DA PARAÍBA, vendo-se ao seu lado direito o Deputado Federal Joacil de Brito Pereira (ARENA-PB). Brasília, 25 de junho de 1979.

Foi o que aconteceu. Foram eleitos os novos membros diretores, tendo a frente os farmacêuticos Dr. Haroldo de Figueirêdo Diniz (Presidente), Dr. José Ricardo da Silva (1º Secretário) e Dr. José Maria de Lima Filho (1º Tesoureiro). No dia 31 de janeiro de 1978 houve uma reunião para assinatura da ata de posse da nova Diretoria da Associação dos Farmacêuticos do Estado da Paraíba, momento em que foi apresentada a prestação de contas da diretoria anterior. Nesta ocasião a nova diretoria se comprometeu não medir esforços para transformar a Associação em Sindicato o que de fato ocorreu dentro de 521 dias, ou melhor, um ano, cinco meses e seis dias, a tão almejada e sonhada CARTA SINDICAL. Esta concretização deveu-se a um trabalho árduo e contínuo da nova Diretoria, associando à confiança que lhe foi depositada pelos colegas à medida que se associavam.

Providenciada a complexa documentação e encaminhada ao Ministério do Trabalho, através da Delegacia Regional, no dia 19 de fevereiro de 1979, fica-se aguardando o devido reconhecimento.

Os bons ventos pareciam estar cooperando. Senão fosse o empenho dado, na

Delegacia Regional do Ministério do Trabalho, pelo Bacharel José Carlos Arcoverde Nóbre­ga que, extrapolando as suas funções de Delegado, prestou uma extraordinária assistência e, em Brasília, pela dinâmica atuação do Deputado Federal Wilson Braga, a carta sindical, documento essencial para o início da vida de um Sindicato, não teria sido entregue e, num tempo recorde de 4 meses e 6 dias.

 

A CARTA SINDICAL

No dia 25 de junho de 1979, em Brasília, no salão da biblioteca do Ministério do Trabalho, em sessão solene, com a presença do Exmo. Sr. Presidente da República, Gal. João Batista de Figueirêdo, foi entregue pelo Exmo. Ministro de Estado do Trabalho, Dr. Murillo Macedo, a CARTA SINDICAL DO SINDICATO DOS FARMACÊUTICOS DO ESTADO DA PARAÍBA.

Estava, assim, concretizada mais uma grande vitó­ria da classe farmacêutica. Uma batalha que foi vencida, mas não a guerra. Tudo estaria para ser feito. A APFP cumpriu a tarefa e extinguiu-se. O SIFEP nasceu e foi carente do cuidado de todos os Farmacêuticos.

A ELEIÇÃO DA PRIMEIRA DIRETORIA

De posse da Carta Sindical, a Diretoria da ex-APFP e provisória do SIFEP, partiu imediatamen­te para a elaboração de uma chapa que congregasse colegas sem nenhum vínculo político a certas alas radicais existentes e foi marcada a data de 19 de outubro de 1979 para a realização da eleição da primeira Diretoria da Entidade. Com apenas uma única chapa registrada e, eleito todos os membros por uma maioria de 87,5% de votantes, marcou-se uma nova data para que a Diretoria eleita escolhesse o seu Presidente. No dia 21 de novembro desse mesmo ano, por escrutínio se­creto, foi eleito o Presidente do Sindicato pela unanimidade dos membros. Ficou assim constituída a Diretoria do Sindicato: Presidente – Dr. Haroldo de Fi­gueirêdo Diniz; Secretário – Dr. José Ricardo da Silva e Tesoureiro – Dr. José Maria de Lima Filho, como Membros Efetivos. Suplentes: Dr. Alcemir Antonio Lisboa de Carvalho, Dr. Marcos Antonio Fonseca de Oliveira e Dr. Reinaldo Nóbrega de Almeida. Conselho Fiscal: Dr. José Damião Chaves Borba, Dr. Evaldo de Moraes Coelho e Dr. Eduardo Jorge L. Tomaz como Membros Efetivos. Suplentes: Dr. José Inácio da Silva Filho, Dr. Gilberto Rodrigues da Silva e Dr. Agrinésio Gondim Costa. Delegados-Representantes Efetivos: Dr. Remilson Honorato Pereira e Dr. José Ribamar Lemos. Suplentes: Dr. José Afonso de Carvalho Lira e Dr. João Bosco Melquíades.

ATUAÇÃO DA PRIMEIRA DIRETORIA DO SINDICATO

No pouco tempo de existência, o Sindicato apoiou e colaborou com as entidades culturais e associativas, por entender que essa colaboração alcançaria maior integração e melhor u­nidade de ação em defesa da profissão farmacêutica, caminhos indispensáveis para uma completa valorização profissional; foi incluído no Plano Especial de Bolsas de Estudo - PEBE, do Ministério do Trabalho, para o ano de 1980, com 50 bolsas de estudo, a fundo perdido, que seriam distribuídas com os filhos dos associados; fez-se presente na reunião da Federação Nacional dos Farmacêuticos - FENAFAR, realizado em Salvador-BA, onde foram discutidos diversos assuntos referentes à Classe Farmacêutica; ampliou o número de associados para 238 dos 370 Farmacêuticos inscritos no Conselho Regional; participou da luta do Plano de Reclassificação dos Profissionais da Área da Saúde, da Secretaria de Saúde do Estado da Paraíba; participação da luta contra o Projeto de Lei Nº 2726/80 de autoria do Deputado Salvador Julianelli (PSD/SP), que se caracterizava primordialmente pela privilégio de uma única categoria profissional – a Médica – em volta da qual gravitariam 14 outras de semelhante importância, à mercê do arbítrio dos integrantes da primeira; participação da campanha através de uma Carta Aberta à comunidade solicitando das autoridades providências no sentido de elucidar o caso do assassinato da médica Ana Limeira e do acadêmico de Farmácia Pedro Alves da Silva; participação da luta contra o “Caso Biomédico”; participação da campanha em prol de um Piso Salarial e do pagamento adicional de Insalubridade em favor da Classe Farmacêutica; participação do movimento que reivindica a contratação dos 29 concursados do Instituto Médico Legal (IML), dos quais cinco (05) são Farmacêuticos; e, participação da 1ª Diretoria da Federação Nacional dos Farmacêuticos – FENAFAR.