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O anúncio, por parte da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), da revogação da Instrução Normativa nº 10, permitindo a disposição dos medicamentos isentos de prescrição médica(MIPs) fora dos balcões de farmácias, causou indignação em todos os Conselheiros Federais de Farmácia reunidos, no plenário do Conselho Federal de Farmácia(CFF), em Brasília.


Para os Diretores do CFF e Conselheiros Federais, disponibilizar qualquer medicamento ao alcance livre da população é um retrocesso, um incentivo à cultura da automedicação do brasileiro e representa, de fato, um risco à saúde da população.

Walter Jorge João, Presidente do CFF, afirma que a opinião pública não foi respeitada. "As audiências e consultas públicas, criadas para ouvir a sociedade, não foram respeitadas por parte da Agência. O resultado da consulta pública, apresentado pela própria Anvisa, mostrou que mais de 70%, das 152 manifestações registradas, foram contrárias ao retorno dos MIPs ao autosserviço e esta opinião, e de diversos segmentos da sociedade, não foi respeita, tornando inúteis as audiências e consultas públicas”, afirma o dirigente.

O CFF se manterá firme na luta pela saúde da pública, pois entende que dispor os MIPs em gôndolas e prateleiras, ao alcance da população, mesmo que nas farmácias, estimula a automedicação e o uso indiscriminado. “Existe uma ideia equivocada, reforçada por interesses comerciais, de que medicamentos isentos de prescrição não fazem mal. Não há um único medicamento, mesmo o mais comum dos antiácidos, que não possa provocar reações adversas. O medicamento pode ser isento de prescrição médica, mas não é isento de riscos. É por ter ciência destes riscos que os farmacêuticos vão continuar na luta em defesa da saúde da população”, completa Walter Jorge João, Presidente do CFF.

Fonte:CFF 

Autor:Veruska Narikawa