A partir de hoje, o SIFEP inicia uma série de reportagens sobre o mercado farmacêutico no Brasil e na Paraíba.

A saúde do brasileiro nos últimos anos não anda nada boa, isto é motivo de preocupação para o Governo. Por outro lado, no mercado farmacêutico brasileiro não há preocupação, e sim, comemoração. Isso mesmo!


Enquanto a população sofre com as terríveis doenças que mexem no orçamento já tão sofrido, há quem não esteja tão preocupado com esta situação. É o caso do mercado farmacêutico brasileiro. Assim fazendo uma paródia como a letra da música: “Tenho uma casinha branca na varanda, num lugar de mato verde prá plantar e prá vender”.

O importante é vender. Até aí, tudo bem. Mas, a onde ficam os farmacêuticos neste contexto? No momento, os empresários não estão preocupados, mas os farmacêuticos estão! Tanto com os baixos salários, como também com o modelo de farmácia e de vida no Brasil. Vale lembrar, que existem proprietários farmacêuticos, defendendo a verdadeira Assistência Farmacêutica. Aplausos para estes!

Uma pesquisa da ABRAFARMA (Associação Brasileira das Redes de farmácias e Drogarias) mostra que em 2012, as vendas do setor atingiram uma bagatela de 6,5 bilhões de reais. Em relação a 2011 houve um crescimento de 19,92%. E aí, a classe farmacêutica com seus salários bastante achatados, têm motivos pra comemorar este crescimento?

Enquanto isso, o brasileiro paga caro por este crescimento. Só para se ter uma ideia, segundo a Abrafarma, as vendas de medicamentos de marca, apresentaram crescimento de 18,62%, atingindo 4,5 bilhões, enquanto que o movimento gerado por não medicamentos (produtos de higiene pessoal, cosméticos e outros) teve um aumento de 22,83%, totalizando R$ 1,9 bilhão. Haja medicamento pra curar o povo brasileiro. Os farmacêuticos estão doidos nas farmácias, pra lá e pra cá. É um verdadeiro ping pong dentro das farmácias, diante de um enorme movimento na venda de medicamentos.

Se o aumento nas vendas no mercado farmacêutico, resultasse também em aumento salarial para os profissionais que atuam dentro delas, seria uma maravilha. Farmácia e farmacêuticos seriam chamados de casal 20. Na verdade, o casal 20 do momento, são farmacêuticos e comerciários, que atual por trás dos balcões, sob pressão e angústia, e vendendo com empurroterapia, assim chamado por muitos profissionais da área de saúde e consumidores. A ordem é vender, vender e abrir mais unidades para aumentar a rede. E haja farmacêuticos no mercado para trabalhar e dar lucros excessivos a eles.

Como dizia Karl Marx: “O que vale a pena é a mais valia”. O suor estampado na camisa é o reflexo do caixa cheio no final do mês. Não importa quem ajudou e muito menos quanto ganhou. Philip Kotler afirma: “Uma apelação bem feita de marketing, resultará em mais vendas”. Este é o caminho. Popular ou não, o importante é vender. Por trás da cocha de retalhos, estão todos os profissionais que nela trabalham para resultar grandes vendas, e crescimentos gigantescos.

A ABRAFARMA estufa o peito e diz: “Vendemos em até abril de 2012, R$ 22.903.950,00 milhões em medicamentos”. Enquanto isso, os farmacêuticos, estufam o peito e falam: “Não consegui juntar o dinheiro para pagar a minha anuidade”. E aí. Quem paga as contas desses profissionais? Os SINDIFARMAs todos os anos vem com a velha conversa: Não temos condições de dar aumento salarial. Que tal, se a categoria parasse 1 dia de trabalho! Com certeza, ao invés de 6,5 bilhões de lucro, resultasse em 6,499999 bilhões. Talvés 1 dia de paralisação fosse pouco. Mas por outro lado, além do impacto que isso iria gerar em termos financeiros, fora o impacto de respeito histórico pela profissão farmacêutica. A intenção disso é mobilizar cada vez mais a categoria, onde nacionalmente decidirmos que nenhum farmacêutico seria responsável técnico por menos de R$ 4.000,00

A realidade atual, é que, farmacêuticos estão: Estressados, endividados, mais velhos, morando de aluguel, andando de buzão e morrendo mais cedo. Enquanto isso: As farmácias estão vendendo mais, carro novo, viajando, comendo caviá, limpando aquilo com “NEVE”. Companheiros (as), está na hora de acordamos. Não aguentamos mais receber míseros salários, e tão pouco andar de buzão. Bolso vazio, não enche barriga.

O SIFEP entende que só através da união de toda a classe farmacêutica, iremos conseguir lutar pelos nossos direitos. Estamos no mesmo barco! Nossos filhos merecem ter uma vida digna. O SIFEP convoca toda a classe farmacêutica a participar da campanha salarial 2013. Vamos juntos comparecer as assembleias do Sindicato e ajudar no fortalecimento das discussões da classe. Não adianta esquivarmos das discussões. Temos sim, que enfrentarmos os SINDIFARMAs e exigir um piso salarial justo para todos.

Chega de salário indigno! Temos que continuar a luta pela redução da jornada de trabalho para 30 horas semanais. Não podemos abrir mão de nossos direitos, assim como a ABRAFARMA não abre mão dos lucros e tão pouco pensam na sua redução. A ordem deles é vender, não importa como. Com ou sem imporruterapia, o importante é atingir a meta. E a meta dos farmacêuticos, onde fica? A meta do SIFEP é conseguir na mesa de negociação, um salário digno e justo para a família farmacêutica na Paraíba. Sem farmacêutico, não há farmácia. Esta é nossa bandeira de luta.

Assessoria de Comunicação

SIFEP