Essa hipótese concebida pelos físicos não tem nada a ver com o que acontecia na série Jornada nas Estrelas. Lembra? Essa idéia foi cientificamente descartada há dez anos, quando o físico americano Charles Bennett demonstrou que o tele transporte é possível, mas com uma condição: o que chega ao destino não é o passageiro, mas uma cópia do indivíduo. Seu corpo, suas memórias, emoções e tudo o mais estariam na cópia, só que materializados em átomos diferentes. O que viaja pelo espaço são as informações sobre o comportamento das partículas que formam cada átomo do corpo humano, números que seriam "impressos" em outros átomos na hora de construir a cópia idêntica.

 

Por isso, essa viagem vai ficar só na ficção por um bom tempo. Como essas partículas que formam os átomos são complexas e delicadas, o único jeito de transportar corretamente todos os seus dados sem sofrer interferência dos equipamentos é fazer com que as partículas possam se comunicar de forma instantânea, mesmo sem ter nenhuma ligação física. Mas, o entrelaçamento a chave para o tele transporte. "Ele permite montar partículas com propriedades idênticas mesmo que uma esteja longe da outra", diz o próprio Charles Bennett, criador dessa teoria de tele transporte. Só para dar um exemplo: em um tele transporte entre São Paulo e Plutão, se uma partícula fosse alterada por aqui, a outra se modificaria instantaneamente no distante planeta.

 

Como mostramos no nosso artigo anterior, quando escrevemos sobre o fenômeno da “Ação fantasmagórica à distância”, cientistas chineses conseguiram realizar experiências sobre ele. Isto é considerado um dos grandes avanços na área do tele transporte, pois, abre a possibilidade de uma realização do fenômeno a uma velocidade maior do que 10.000 vezes a velocidade da luz onde as partículas (futuramente células) podem se comunicar independente da distância. Talvez, pela velocidade super luminal com que ocorre o fenômeno, é que os cientistas chineses acham que não ocorre o intercambio de informações entre as partículas. A possibilidade conseguida através de resolução de novas fórmulas matemáticas baseadas na Teoria da Relatividade Especial de Einstein, gera uma velocidade super luminal e, mesmo sendo uma possibilidade, apenas, teórica, abre caminhos para a uma concretização em tempo futuro.

 

Como andam, então, os estudos sobre o assunto, na realidade? Na verdade, existem vários experimentos com relação do tele transporte de fótons. Estes experimentos mostram que, a cada dia, novos recordes de tele transporte quântico têm sido conseguidos regularmente.

 

Há, entretanto, uma grande diferença entre tele transportar partículas quânticas e tele transportar um ser humano. Surgiu, assim, o problema de resolver as equações que envolviam tempo e energia necessários para realizar esta tarefa básica de maneira que, quando o ser humano chegasse ao destino, se materializasse completo, idêntico ao original.

 

O desafio foi aceito por quatro estudantes de física da Universidade de Leicester, no reino Unido, que realizaram os cálculos referentes ao assunto.

Iniciaram os cálculos considerando o tele transporte partindo de um local na superfície da Terra para algum ponto específico no espaço em uma órbita circular diretamente acima.

 

Mesmo após muitos cálculos referentes a diversas aproximações, concluíram que a energia suficiente para tele transportar as informações pretensamente necessárias para reconstruir uma pessoa vai depender da largura de banda. Quanto maior for a velocidade de reconstituição, maior será o consumo de energia.

 

Devido ao fato de que, cada ser humano a ser tele transportado necessita primeiro ser traduzido em termos de dados transferíveis, os estudantes concluíram que, considerando um nível básico, seria necessário que os dados transferíveis do ser humano fossem representados pelos pares de DNA que formam os genomas de cada célula. Esses dados referentes a cada célula humana somariam cerca de 1010 bits. Isso representa uma quantidade muito grande de informações. Para diminuir tudo isso, o grupo assumiu que as informações de uma célula poderiam reconstruir qualquer tipo de célula do corpo. Para o cérebro, no entanto, a fim de evitar dúvidas, resolveram que cada célula do cérebro deveria ser transportada uma a uma. Essa condição elevou a quantidade de informações a serem transmitidas para cerca de 2,6 x 1042 bits.

 

Calculados os bits necessários representativos do ser humano, os estudantes passaram a calcular o tempo necessário para o tele transporte de uma pessoa para o espaço.

 

Considerando que a largura de banda disponível estaria ao redor de 30 GHz, o tele transporte de um ser humano levaria cerca de 4,85 x 1015 anos. Isto significa que o tempo necessário para tele transportar um único ser humano para o espaço levaria mais de 350 mil vezes mais do que o tempo levado para a formação do universo, cerca de 14 bilhões de anos.

 

Os protocolos de tele transporte que já começaram a ser desenvolvidos mostram possibilidades de otimização suficientes para que, em breve, com melhores aprimoramentos no estudo da velocidade super luminar, esse tempo necessário possa ser diminuído e que o tele transporte de seres humanos possa ser concretizado a contento.

 

Por enquanto, estão sendo aprimorados tele transporte, apenas, de partículas quânticas como os fótons.

 

 

Site Inovação Tecnológica www.research.ibm.com/quantuminfo/teleportation www-users.cs.york.ac.uk/~schmuel/news98/science.html HTTPS://physics.le.ac.uk/journal/index.php/pst/article/view/558