lançaram uma investigação a fim de comprovar se produtores de ração para frangos usaram de fato ingredientes contaminados com a substância tóxica dioxina. As dioxinas são subprodutos não naturais e não intencionais de muitos processos industriais que envolvem o cloro e produtos químicos dele derivados. São substâncias altamente tóxicas e cancerígenas obtidas por incineração desses subprodutos. Na Segunda Guerra Mundial, antes do advento da bomba atômica, era cogitada pelos americanos para ser lançada no Japão, a fim de dar fim à guerra.

Dioxinas referem-se a um grupo de compostos químicos que compartilham determinadas estruturas químicas e características biológicas. Existem muitos desses compostos envolvendo 3 famílias relacionadas entre si: as di benzo-para-dioxinas cloradas (CDD); dibernzofuranos clorados (CDF) e determinadas bifenilas policloradas(PCB). O termo dioxina, algumas vezes, é usada para caracterizar a dioxina mais tóxica e mais estudada de todas a 2,3,7,8-tetracloridibenzeno-p-dioxina (TCDD). Os CDD, CDF e PCB, mesmo sendo produtos não naturais podem ser originados por processos naturais como incêndios florestais, erupção de vulcões e a partir de processos catalisados enzimaticamente.

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Dos 210 tipos de dioxinas e furanos (PCDD/F) conhecidos, apenas, 17 são tóxicos ou carcinogênicos. A medição da toxidade de cada tipo é feita através do Fator de Toxidez Equivalente (FTEQ) que compara a toxidez do composto analisado à do 2,3,7,8-TCDD.

 

A descoberta da toxidade das dioxinas foi feita quando a indústria química ICMESA, na cidade de Seveso, na Itália, quando dela se liberou uma quantidade significativa dessa substância para a atmosfera causando a mortalidade de 4% dos animais da vizinhança e a contaminação de 200 pessoas. Esse desastre gerou um alto custo ao governo, pois, foi necessário, sacrificarem mais de 70.000 animais, derrubarem casas e fazerem um rigoroso tratamento do solo. Posteriormente, se descobriu que as dioxinas eram, também oriundas da atividade humana em processos como reciclagem de metais, siderúrgica, produção de agrotóxicos, automóveis, queimas caseiras ( churrasqueira, lareira), tratamento de efluentes, etc.

No mundo, as principais fontes de emissão de dioxinas são apresentadas na figura que segue onde se pode ver suas percentagens e seu comprometimento com dados até o ano de 2005.

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No Brasil as fontes de poluentes de dioxina e furano estão apresentadas no gráfico a seguir, com dados de 2008. Pode-se ver que o maior poluente é o da produção de metais ferrosos e não ferrosos seguidos dos processos de combustão sem controle.

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De acordo com a tabela nº2 da CROSSI (1993), a toxidade da 2,3,7,8 TCDD é muito variável para diferente tipos de animais. Para os seres humanos, em vários estudos epidemiológicos com pessoas expostas à mistura de dioxinas, furanos e outros produtos, se observou o aumento de incidência de câncer em diferentes locais do organismo. Vários estudos indicam que, em grande parte, os humanos parecem responder de maneira semelhante aos animais submetidos ao teste, no que diz respeito aos efeitos bioquímicos e carcinogênicos (Usepa, 1994). Nos peixes, pássaros, mamíferos e humanos, o feto/embrião que está se desenvolvendo é muito sensível aos efeitos tóxicos das dioxinas. Além disso, estão associadas, também a alterações no desenvolvimento sexual, problemas reprodutivos masculinos e femininos, supressão do sistema imune, diabetes, toxidade orgânica, mortalidade pré-natal, queda no crescimento, disfunção orgânica, endometriose na mulher e efeitos sobre uma grande parte de hormônios.

 

Nos países industrializados, os níveis de dioxinas no leite materno frequentemente fazem com que a criança amamentada receba quantidades de dioxinas muito além da dose diária aceitável (DDA). Tendo como fonte Braga( 2003), apresentamos os níveis médios de dioxinas no leite humano tendo como base a unidade pg EQT-1/g de gordura para diversos países do mundo. Foram observados os seguintes valores: Bélgica 26; Espanha 22; reino Unido 16; Canadá 14,5; Austria 10,3; Paquistão3,8 (todos com dados de 1992/1993) e Brasil 2,5 (dados de 2001).

Em publicação governamental de 21/05/2013, em setembro de 2014, o governo deve apresentar um Plano Nacional de Redução de Emissões de Poluentes Orgânicos Permanentes, que será construído a partir de inventários sobre a situação de substâncias presentes no país, como o que foi lançado nesta terça-feira (21/5) em Brasília sobre as emissões de dioxinas e furanos. O levantamento revela quanto é emitido no país, os estados que mais concentram emissões e as atividades que mais respondem pela liberação das duas substâncias. O documento, que foi elaborado nos últimos dois anos, a partir de dados repassados pelos setores responsáveis por atividades emissoras de dioxinas e furanos, mostra que atividades como a incineração de resíduos e a produção de metais ferrosos estão entre as principais emissoras.

 

A firma gaucha, Luftech Soluções Ambientais, apresenta um Sistema de Gaseificação e Combustão(GCC) que atua na prevenção da formação das dioxinas através de controle nas zonas de combustão, mantendo as áreas com temperatura favorável à formação de dioxina com ausência de oxigênio. Nesses ambientes, todo oxigênio disponível é direcionado para ligações covalentes, como a do CO, não realizando pontes de oxigênio como da dioxina, por serem ligações mais fracas do que as covalentes. Assim, o resíduo que entra no incinerador com dioxinas podem sair sem elas, se o sistema estiver em perfeitas condições de operação.

 

 

Como bem se pode entender, o estudo das dioxinas e furanos, ainda, encontra-se engatinhando, no Brasil. O nível de dioxinas no país ainda é muito baixo, mas é altamente necessário um incremento no sentido de concessão de verbas que possam viabilizar mais estudos científicos na área evitando, num futuro próximo, um incremento das dioxinas CDDs, CDFs e PCBs no meio ambiente e, como conseqüência, sua acumulação em alimentos e no tecido humano. Isto, estaria proporcionando uma melhor qualidade de vida e bem estar à população

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Referências internet: Portal das dioxinas e furanos USEPA - United States Environmental Protection Agency www.saudebusinessweb.com.br www.unep.org.br http://www.pnuma.org.br http://www.epa.gov/ WILMAR