do nosso próprio organismo (endogenas). As purinas ingeridas não são incorporadas a ácidos nucleicos. São convertidas a ácido úrico por enzimas da mucosa intestinal e do fígado e, também excretadas na urina.
A taxa dos uratos do nosso organismo está no limite da solubilidade dos uratos, que é de 6,8 mg %, na temperatura normal do corpo humano. Os sais de urato de sódio são muito solúveis à temperatura de 37º C, mas se depositam com facilidade nas articulações periféricas, joelhos, tornozelos, calcanhares e artelhos do pé, nos quais a temperatura do corpo é mais baixa, provocando inflamações. È preciso saber que ter ácido úrico no sangue é normal. Ele passa para o sangue e parte dele deve ser eliminado pelos rins e intestinos. Mas algumas pessoas têm dificuldade em eliminá-lo ou o produzem em excesso.
A hiperuricemia poderá apresentar-se, clinicamente, sob a forma de: gota, atrite, doença úrica renal aguda ou crônica, litíase, etc.
Dietas ricas em purinas aumentam transitoriamente o nível sanguíneo de ácido úrico ou urato de sódio e aumentam a excreção renal de uratos. Dietas ricas em purinas incluem alimentos ricos em núcleos celulares: carnes, vísceras (p.ex. fígado), crustáceos (p.ex. camarão) e bebidas fermentadas(p.ex. cerveja). Existem, porém alguns alimentos que podem ser ingeridos por serem pobres em purinas como : leite, chá, café, chocolate, queijo amarelo magro, ovo cozido, cereais como pão, macarrão, fubá, arroz branco, milho, mandioca, sagu, vegetais (couve, repolho, alface, acelga e agrião), doces e frutas.
As alterações do metabolismo do ácido úrico são determinadas pela sua dosagem no sangue e na urina. Esses exames são muito importantes para o diagnóstico dessas alterações. Em ambos os exames é necessário que o paciente fique em jejum de, pelo menos, 4 horas antes de realizá-los. Cuidados devem ser tomados para evitar a ingestão de vitamina C, álcool, cafeína, diuréticos, alopurinol, clofibratos, corticoides, estrógenos e anticoagulantes que alteram o resultado final. A uricemia resulta de um equilíbrio entre a ingestão de alimentos mais a produção endógena de purinas, e a excreção urinária de uratos. A uricemia normal é da ordem de 5,0 mg / 100 ml. em homens e 4,1 mg / 100 ml. em mulheres, e relativamente estável, variando pouco com a ingestão. Isto porque, aumentando a ingestão de alimentos, aumenta a excreção renal do ácido úrico. No sexo masculino, a capacidade de excreção final do urato filtrado é da ordem de 8 a 10%, enquanto no sexo feminino é de 10 a 12 %. Isto, certamente, é um dos fatores que contribuem para que os homens tenham uricemia mais elevada que as mulheres. Uma das maneiras mais corretas para a avaliação da síntese endógena de purinas de um paciente é colocar-lo em uma dieta pobre em purinas por cerca de 1 semana e medir a excreção urinária de uratos. Isto porque a excreção de purinas será igual à produção endógena.
Tudo isso é o resultado da ausência da uricase que se perdeu durante a evolução do genoma humano permitindo o crescimento da xantina oxidase e por conseqüência de uma maior formação do ácido úrico no organismo. É possível que com o desenvolvimento da decodificação do genoma humano, os cientistas possam encontrar uma forma de repor a uricase minorando o sofrimento de tantas pessoas portadoras da gota responsável por dores constantes e insuportáveis . BIOGRAFIA:
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